Era madrugada, pouco movimento na rodovia, um motorista cansado. O estrondo, a batida de frente entre dois caminhões. Bélica ficou prensada pelas duas máquinas gigantes, pois havia tentado impedir a colisão se colocando entre os caminhões. Sua armadura cobriu-lhe totalmente na hora do impacto, evitando ferimentos fatais, mas não foi suficiente para impedir fraturas e perfurações. As máquinas eram poderosas demais.
— Tem uma mulher aqui — ela ouviu alguém dizer.
Olhou para si e notou que sua vestimenta de metal havia se escondido dentro do corpo. Estava trajando uma camiseta branca e jeans, mas a roupa encontrava-se em farrapos. Por quanto tempo havia apagado?
— Fique calma, vamos tirar você daí — era um bombeiro.
Bélica assentiu e notou que parte da ferragem transpassava o seu corpo humano, na região da cintura. Talvez um movimento brusco e um órgão vital seria afetado. A armadura viva não daria as caras na frente daquelas pessoas, de modo que estava por conta dos humanos.
Bélica observou que mais pessoas se aglomeraram no local do acidente, mas custou a acreditar que não estavam ali para ajudar. Eles subiam em ambos os caminhões para saquear a carga. Não havia policiais suficientes para contê-los. Precisava de ajuda de outros seres.
Outro barulho. Buzina, freada, outro caminhão e mais nada.
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