Nasceu assim, espelho, o menino. Recebeu
muito amor de seus pais e como era espelho acabou refletindo o que recebeu. Reflexo
daqueles que o observavam, tornou-se bobo quando lhe disseram quem era bobo; depois,
virou triste. Triste, muito triste foi notando que os iguais se juntam e os
separados continuam sendo o que são. Tornou-se homem feito; um homem-ainda-espelho.
Já não era triste porque a tristeza é sentimento de quem não entende o que deve
ser feito. Era agora furioso e precisava fazer alguma coisa. Fez. De espelho passou
a ser o refletido e começou a ver nos outros pessoas-espelho, tentando de todo
jeito refletir nelas aquilo que era.
Paul Law, Mogi Guaçu, 02 de setembro de 2018.
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