— Bem, é uma proposta tentadora. O único problema é que tenho um pouco de medo. Acho que um tiquinho de receio não faz mal a ninguém. Ser prudente, não correr riscos desnecessários...
— Que graça há em viver cauteloso?
— Nenhuma, tem razão. É que o medo é uma defesa da gente; um modo natural de proteção. Dois são os maiores objetivos de uma existência, a senhorita terá de me dar razão. Um deles é o da sobrevivência, o outro o da procriação. Somos como plantas: nascemos, crescemos, damos sementes e morremos. Até que tudo isto seja feito, precisamos nos manter vivos, daí a necessidade da autopreservação, do medo.
— Devo discordar. Não tenho filhos, nem vontade de tê-los e não me acho descumpridora do destino da humanidade. Sou uma gloriosa guerreira que busca companheiros de aventura!
— Certamente. Quando disse que são dois os objetivos da vida humana, fiz distinção desnecessária. Na verdade, é apenas um; é que o outro está dentro deste um. O único propósito humano é a sobrevivência. A procriação é uma forma de sobreviver, concorda?
— Não sou uma mulher de filosofar, senhor. Temos pouco tempo e sei que negou todas as outras pretendentes porque esperava uma que fosse especial; uma que fosse como os heróis dos livros que tanto gosta de ler.
— Não seria má ideia experimentar um pouco de aventura mesmo sem casamento.
— Ouço o trotar de cavalos; os gritos de homens, o tilintar do aço de espada! Espere-me Alexandre, pois logo estarei contigo!
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