30 de setembro de 2013

“Jogando Xadrez com os Anjos” na Avon

 

A escritora Fabiane Ribeiro, já mencionada aqui no blog algumas vezes (postagens aqui e aqui) nos apresentou recentemente a terceira edição do seu aclamado “Jogando Xadrez com os Anjos”. A edição que também é de responsabilidade da editora Universo dos Livros está com nova capa e diagramação. Veja só a capa:

  Capa Jogando Xadrez com o Anjos

(clique na imagem para aumentá-la)

Não está demais? Outra novidade interessante é que o livro vai estar disponível para compra pelo catálogo da Avon já na segunda quinzena de outubro. Com isso, a possibilidade de atingir novos leitores aumenta consideravelmente. Talento para isso não falta à autora.

Desejo-lhe sucesso!

Fica a dica para leitura! 

26 de setembro de 2013

Projeto Vivendo Escrevendo

 

 

banner vivendo

Os alunos da escola municipal Francisco Piccolomini de Mogi Mirim estão empolgados com a escrita. Trata-se de uma turma do curso especial de português ministrado pela escola para os alunos que pretendem aprofundar na disciplina curricular comum. 

Vivendo Escrevendo é o nome do projeto da turma que tem por finalidade apresentar num blog os textos produzidos pelos alunos. Estou ajudando o pessoal, colocando os textos na rede, veja lá como é:

http://vivendoescrevendo13.blogspot.com.br/

A ideia é que eles tomem gosto por escrever, escrevendo. O professor corrige os textos com o cuidado de não interferir na história e depois pede aos alunos que confiram como ficou o texto publicado. Não é legal ver o seu texto publicado de alguma forma? São crianças, adolescentes criativos que colocam no papel um pouco do que são e do que esperam da vida. Em poucas palavras é uma experiência fascinante.

Acompanhem comigo as postagens e se possível deem uma força para a turma. Tenho certeza que isso fará toda a diferença do mundo na vida deles.

Abraço.

23 de setembro de 2013

Super Poderosa: Minha morte, parte final.

 

Ardente

Está no ar o último capítulo do núcleo “Minha Morte” de Super Poderosa. Eis o texto deste capítulo:

Minha morte

Parte final

Feijão? O cheiro invade as narinas de Verônica e lhe devolve a consciência. Está em uma cama simples de um quarto pequeno, cujas paredes não são rebocadas. O piso frio, o guarda-roupa tem as gavetas caídas. Ela se senta, traja vestido, os ferimentos desapareceram.

— O vestido é da minha mãe — Um homem negro e forte entra — Eu sou Thiago.

Verônica não diz nada.

Uma senhora de pele escura, mirrada, de lenço na cabeça e de vestido florido aparece ao lado do homem forte. Ela sorri e diz:

— Não se preocupe, está segura aqui.

— Acho que ela está assustada, mãe.

— Converse com a menina, filho. Eu vou ver o fogão — a senhora se afasta.

Thiago se aproxima e se senta na beirada da cama. Ele é careca, alto e musculoso. Tem os olhos castanhos e os lábios sempre dispostos em um sorriso. Veste-se com camiseta vermelha e bermuda jeans. Possui brinco na orelha esquerda e uma tatuagem com o dizer “paz” no antebraço esquerdo.

— Sou enfermeiro e te achei caída quando voltava do trabalho. Trouxe você para minha casa e dei-lhe soro. Sei do seu dom de regeneração.

— Obrigada — ela finalmente diz.

— Minha mãe está preparando o almoço. Acho que você deve estar com fome.

Ela assente.

— Os caras daqui querem pegar você. Não foi uma boa ideia ter vindo assim, sozinha, de repente. Eles são muitos. todo mundo fulo com você; por causa dos seus poderes e sua interferência nos crimes.

— Eu só quero ajudar as pessoas, mas elas parecem que não querem ser ajudadas.

— Ah não! Você é fantástica. É uma inspiração pra gente aqui do morro que não tá envolvido com o tráfico. Sabe, um exemplo.

— Eu vim por causa dos policiais mortos.

— Eu sei. Eles também. Por isso tudo estava preparado. Você teve sorte...

Mercúria se cala. Sorte? Queriam esquartejá-la!

— Não imaginava que seria tão horrível. Que eram tão cruéis.

— Crueldade é comum por aqui. Tanto que a gente passa a não se importar. Bastou ligar pra minha mãe e não foi difícil arrumar um corpo carbonizado para colocar os seus brincos. Pobre mulher que morreu queimada viva.

— Como é? — se surpreende Verônica.

Thiago volta para cozinha próxima e observa a mãe mexer a panela de sopa com uma colher de madeira. Diz:

— Com a ajuda da minha velhinha e alguns amigos armei para que os traficantes pensem que você está morta. É a única forma de mantê-la viva. Tínhamos um corpo carbonizado e tínhamos pessoas querendo a sua morte. Unimos as duas coisas. Eles não vão perceber que aquela não é você. Soube que já deixaram o corpo na delegacia para intimidar a polícia e as pessoas.

Verônica se levanta. Vai até a cadeira da cozinha e senta-se.

— Então estou morta.

— Sim. Vai ser bom assim. Você poderá andar livremente pela favela e pegar o Armandinho de surpresa.

— Armandinho — ela se lembra do encontro com o bandido —, ele é o chefe daqui.

— Isso mesmo. Eu tenho um plano para pegá-lo. Vamos almoçar e te explico.

O enfermeiro que lhe havia salvado a vida lhe cativa de alguma forma. Ela observa enquanto escuta o plano. Ele tem facilidade para sorrir e um cérebro aguçado. É sincero, fala bem e se entusiasma com facilidade.

— Será que dará certo?

— Acho que podemos tentar — ele está lavando os pratos

Thiago conta que é de origem humilde. Sua família nunca havia deixado o morro, apesar de ele ter um salário razoável como enfermeiro. Disse que ali era o seu lugar, lá estava sua gente e quem mais precisava de ajuda. Era membro da Associação de Bairro do Morro do Ouro e angariava donativos para distribuir aos mais carentes. Comprometia parte da sua renda com projetos sociais e preferia manter a discrição. A mãe temia pela sua vida, se o trabalho começasse a interferir nos negócios dos traficantes. Ele sabia conviver com a realidade da favela e era visto como um maluco altruísta que representava pouco perigo.

Para ler a série/livro:

http://www.bookess.com/read/13598-super-poderosa/

Abraços!

20 de setembro de 2013

O Caçador de Pipas


O Caçador De Pipas

A guerra acontece fora e dentro de cada um

É curioso como nossa ignorância nos molda. Como, apesar de ver, não vemos. Essa ignorância dormente e conveniente pode ser incomodada com a leitura e benditos sejam os autores por isso! É o que acontece com “O Caçador de Pipas” de Khaled Hosseini. O romance que conta a vida do afegão Amir pelos olhos do próprio é um relato emocionante sobre a cultura do Oriente Médio. Seus costumes, sua religião e suas guerras. Um mundo novo, pautado na honra (mas nem tanto assim), na severidade das consequências e nas aparências.

A história começa com Amir já adulto, refletindo sobre um telefonema que acabara de receber de sua terra natal. Um velho amigo está nos últimos dias e deseja vê-lo; pedir-lhe para “consertar as coisas que há muito foram quebradas”. A proposta é um convite para a lembrança, para passadas por tudo que ele viveu para chegar ali; para ser quem era.

Voltamos ao Afeganistão da década de setenta. Um país monárquico onde a tradição é seguida a risca e a honra é fundamental. Amir agora tem doze anos e mora na mansão do pai, junto de Ali e Hassan. Estes dois são hazaras, um tipo inferior de gente segundo o costume afegão. Eles funcionam como empregados, apesar de serem tratados como amigos pelo pai de Amir. O narrador é introspectivo e um leitor voraz características que o difere substancialmente de seu pai, quem tem como grande herói. As pessoas que frequentam sua residência contribuem para a idolatria de seu pai. Ele está construindo um orfanato! 

O único amigo de Amir é Hassan, como estava propício a ser. Os meninos estão sempre juntos e a brincadeira preferida deles é empinar pipa. É justamente numa dessas brincadeiras que a vida do narrador muda drasticamente. A ocasião é especial, um tradicional torneio de pipas assistido pelas autoridades de Cabul. Dentre elas está o pai de Amir, quem não sente muito orgulho do filho, pois ele é tão diferente. Não joga bola, está sempre enfiado em algum livro. Amir enxerga a oportunidade para mostrar ao pai que pode vencer; que pode ser igual a ele. Hassan está ao seu lado. Eles podem fazer isso. 

A disputa a acirrada. As pipas no céu vão diminuindo, cortadas pelos melhores empinadores. O narrador se mantém no céu. Fica entre os dez melhores, entre os cinco e ao final a apenas uma pipa da vitória. O duelo final começa e Amir consegue a tão almejada vitória. O troféu é a pipa verde, a última a se manter no céu antes de ser vencida por Amir. Hassan promete ao amigo que trará o troféu que agora dança em queda lenta. “Eu faria isso mil vezes por você!” Só que as coisas não acabam bem, apesar de o caçador de pipas cumprir sua promessa.

O que aconteceu com Hassan a fim de trazer o troféu para Amir, marcou o narrador para sempre. Mostrou sua covardia, deslealdade e desencadeou mais defeitos que eram sempre rebatidos pela lealdade e bondade do amigo socialmente inferior. No aniversário de treze anos, Amir armou a sua maior maldade que acabou culminando na saída de Hassan e seu pai da casa em que moravam. Foi a primeira vez o narrador viu seu baba chorar. 

A guerra entra em cena, Cabul está tomada pela Rússia. Amir e o pai são forçados a abandonar tudo para manterem-se vivos, refugiando-se em cidades ainda não invadidas. A fuga é angustiante, mas acaba com a chegada nos EUA. Nova vida aguarda a dupla afegã, uma vida submissa, de empregos hazaras (inferiores) e de pobreza.

Porém, por mais que o tempo passasse; que novos rumos impostos pela guerra tiveram de ser tomados, Amir nunca pôde ficar em paz consigo mesmo. Ele estava em guerra muito antes da invasão dos soldados russos. Ele permaneceu assim, durante a nova vida nos EUA, mesmo tento realizado o sonho de ser escritor e de constituir família. O telefonema do velho amigo é o que pode dar-lhe o alento tão almejado; o fim da guerra.

O Caçador de Pipas é uma obra completa. O relato das mudanças sofridas ao longo do tempo no Afeganistão serve com pano de fundo para uma história comovente que alcança três gerações. Um povo que sofreu os horrores das guerras, da fome, da submissão e do extremismo, mas que nunca deixou de acreditar no dia melhor. Triste o que o ser humano é capaz de fazer com outro ser humano. Sua capacidade de destruir de todas as formas possíveis, mas, por outro lado, a surpreendente capacidade dos destruídos em se reconstruírem. 

Se Sócrates estivesse vivo, estaria satisfeito. A alma das coisas está na capacidade de nos surpreender. Hosseini faz isso com maestria. Leitura cinco estrelas.

Fica a dica e a resenha.
Abraço.

13 de setembro de 2013

Super Poderosa: Minha Morte, Parte 2

 

Verônica criança                                            Verônicaadulta

Acaba de ser atualizado o livro/série literária “Super Poderosa” com o segundo capítulo do núcleo “Minha Morte”. Eis os links de leitura:

http://www.bookess.com/read/13598-super-poderosa/

http://issuu.com/paullaw/docs/superpoderosa

Há morte…

Eis o livro como está atualmente:

Boa leitura!

Abraço.

12 de setembro de 2013

Ariosvaldo de Sidnei Salazar

Ariosvaldo


Até Deus tem dúvidas

O segundo livro lançado pela Livrus editora e o terceiro da carreira de Sidnei Salazar tem o título de “Ariosvaldo, um estranho do céu”. Como o nome sugere, trata-se de uma aventura passada por vezes no Plano Superior, cujo protagonista é um simples caipira de Goiás.

Tudo começa com Ariosvaldo já dentro de um buraco que caíra quando invadira uma propriedade abandonada para pescar. Sem tem para quem pedir socorro ele faz o que a maioria das pessoas fariam: clama por Deus. O clamor é tão insistente que atrai a atenção do Todo Poderoso que manda seus subalternos trazerem o pobre ser perante a sua presença. Deus se diverte com o modo debochado e simples de Ariosvaldo quando estão conversando. O caipira não mede palavras, mesmo estando diante do ser criador de tudo que existe e isso incomoda o panteão celestial. Como alguém ousa tratar Deus daquela maneira? É a indagação de todos os santos. Dentre eles, o mais indignado é São Lucas, o braço direito de Deus.

Deus não parece se incomodar com o jeito de Ariosvaldo. Pelo contrário, parece fascinado pela ignorância do coitado; pelo fato dela propiciar humor que ele nunca havia experimentado. O trabalho celeste é sempre sério e importante. Por falar em trabalho, há a questão sobre o que fazer com Ariosvaldo. Os anjos informam que o prazo de vida do caipira já havia se expirado; que o acidente com buraco era a deixa para o fim. Acontece que o simplório homem não quer morrer! Há sua esposa Santinha, morena faceira que não pode ficar viúva, afinal pretendentes não iriam faltar! O próprio padre da pequena Iaciara já estava de olho na morena. Então Deus decide dar uma “segunda chance” para Ariosvaldo e de quebra nomeia-lhe um anjo da guarda especial, o próprio São Lucas. 

Ariosvaldo ganhou Deus, para o espanto do próprio Lucas. O que aquela criatura ínfima e desprovida de cultura, de educação, tinha de especial? Seria sua forma simples de lidar com a vida? Deus o invejava? O dom incompreensível de Ariosvaldo causa inúmeras desventuras tanto celestes quanto terrenas. A confusão se generaliza, o que concede a chance perfeita para uma mudança de gerência celestial.

Sidnei Salazar nos brinda com um humor inteligente, sutil e mordaz. Sua crítica pontual em relação às instituições religiosas e administrativas é um toque de mestre. Ariosvaldo ao de deparar com Jesus no céu se espanta com a diferença de fisionomia que o filho de Deus tem de verdade e a que conhece dos quadros das igrejas.

Um livro de leitura rápida, coisa de um dia, mas na medida certa para nos fazer pensar. Ousado, ao colocar os personagens celestes em uma história cômica, Salazar não deixa de falar sério. A distorção do que é importante, o tratamento que damos aos nossos idosos e o oportunismo são assuntos que não têm graça. Ótima dica, ótimo livro, cujas linhas nos mostram a amadurecimento de um escritor sensível ao mundo que vive e consciente do seu papel nele.

Na medida certa… 
Fica a resenha e a dica.








6 de setembro de 2013

Super Poderosa: Minha Morte

 

superpoderosa2

Já está no ar o capítulo novo de Super Poderosa. Trata-se do primeiro do núcleo “Minha Morte”. O nome sugestivo nos revela uma nova fase na vida de Mercúria. Eis os links de leitura:

http://www.bookess.com/read/13598-super-poderosa/

http://issuu.com/paullaw/docs/superpoderosa

Leia o livro todo a seguir:

Na próxima semana tem capítulo novo.

Um abraço!