A cidade em que passo os dias não é grande o bastante nem pequena o suficiente. Ela tem um quê de rio (que leva o seu nome!) e uma ponte de ferro antiga, vermelha, bem bonita. Continuará, tenho esperanças, a crescer bastante e diminuir o suficiente. Crescer em oferecer aos seus moradores oportunidades e boa vida; diminuir em relação à violência e desigualdades. Ah, e que o seu povo, a parte dele que ainda não é, possa ser mais tolerante, amigo e acolhedor.
Quando penso em acolhida me lembro dos amigos que fiz aqui, vizinhos, grandes historiadores, poetas, escritores, dançarinos, filósofos e os mais importantes: só amigos. Toda gente aqui, tal qual o rio é para a cidade, tem o seu quê.
E nós vamos passar pela vida igual as águas do Mojiguaçu passam sob a Ponte de Ferro. O que fica? Mais lembrança, menos futuro.
E é bom que seja assim.