27 de maio de 2014

Resenha de Rainha do "Literatura de Cabeça"

Rainha, de Paul Law, 182 páginas, foi escolhido pela genialidade da capa. O livro tem capítulos demasiadamente curtos e a passa tão rápido que em poucas horas o li. Existe um grande mistério em volta de Rafaela, uma adolescente aparentemente  normal. Simples assim: ela não sabe quem é; não sabe nada do passado. Para resolver suas problemáticas, contrata os serviços de Bruno Vieira, ex-delegado, que se afasta da polícia após a morte brutal da namorada Lara. Ele decide virar detetive e e vive a dor da perda. É alcoolista e vê e fala com a ex- companheira.
“- Eu não te disse que isso não ia acabar bem? – Lara esperava deitada ao lado dele com os olhos manchados pela maquiagem abertos exageradamente.  Ele se assustou com ela. Sentou-se e tapou os olhos com a palma das mãos. 
- Você me traiu, Bruno. Eu não acredito que foi capaz… depois de tudo o que passamos?
- Cale-se, Lara. Você está morta! Morta, me ouviu?”
Para não ficar louco, com essa situação, Bruno dedica-se integralmente ao trabalho. E é isso que ele vai fazer com o caso de Rafaela. E de primeira, já descobre que ela não é filha dos pais. Ui! Rafaela fica indignada e sai em disparada para casa para tirar satisfação com a família sobre sua real situação. Mas a resposta não chega. Ela sobe para o quarto e procura alguma pista; e encontra. Ela descobre um aparelho, por não saber o que significa, o entrega a Bruno.
O nome desse aparelho é Salvo, tem características de um celular, mas é, na verdade, muito mais que isso. É um aparelho que mede suas boas ações no mundo e lhe remunera por isso. Logo, quanto mais você ajuda, mais dinheiro ganha. Toda a sua vida é controlada pelo Salvo e por uma comunidade chamada Xadrez. Lógico, nessa comunidade tem Cavalo, Peões, Rei; mas falta uma Rainha! Confuso? Pois é…
E entre tanta confusão, Rafaela descobre que é Raira, a Rainha desaparecida, que tem poderes de manipulação e que está apaixonada por Bruno e Bruno por ela. O que pra ele é difícil, visto que ela não passa de uma adolescente num corpo de mulher. Com a ajuda de Raul, o Rei, irmão de Rafaela, ela tentará descobrir sua real história. O motivo de não se lembrar do passado e ter mudado de aparência. Eu não citei isso, né? Pois é… Rafaela descobre que é Raira por um exame de DNA, mas ela tem outra aparência e não sabe como isso aconteceu…  O livro é rápido e a história eletrizante, o li em 2h. A ideia do autor foi interessante, e a autopublicação é algo quem me chama atenção. A capa ficou linda e o título sugestivo à intencionalidade ideológica, mas acredito que o livro deva ser revisado. Além de problemas de digitação, os problemas no que concerne a revisão estão gritantes.
Esta aí tal qual como foi publicada originalmente. Gostaria só de mencionar que quando comentei a resenha lá no Literatura de Cabeça não constava o nome da autora da resenha (Lilian). Estava Danilo, o administrador do blog, Agora fica aqui o meu agradecimento à resenhista Lilian. 
Abraço. 
Postagem original pode ser lida aqui. 
Acompanhe as novidades sobre Rainha aqui.  

21 de maio de 2014

Em Chamas

 

Em Chamas

Viva a revolução!

O segundo livro da trilogia “Jogos Vorazes” de Suzanne Collins é chamado aqui de “Em Chamas”. Já falamos do primeiro Jogos Vorazes na postagem que pode ser lida aqui. Nesta continuação da aventura de Katniss Everdeen a autora trabalha mais a questão social e ideológica do mundo futurístico que concebeu.

Atenção, esta resenha contém sapoiles do que acontece em “Jogos Vorazes”. Se pretende ler o livro 1, sugiro que não leia as informações seguintes. Entretanto, se não se incomoda com isso, fique à vontade. Katniss e Peeta os dois tributos do Distrito 12, vencedores dos Games da Capital, agora visitam cada Distrito do Panem. Trata-se da “volta dos campeões”. Nessas viagens a dupla acaba descobrindo que o resultado inesperado que obteve na arena, influenciou as pessoas. Nunca uma dupla havia saído dos Games, afinal, os Jogos Vorazes tinham por objetivo formar apenas um vencedor. Aquilo foi inusitado, um desafio à Capital e ao  presidente Snow.

O ano é propício para a Capital agir, já que é comemorativo aos 75 anos da instituição dos Jogos Vorazes. De 25 em 25 anos é organizado um game especial e a próxima edição está marcada para ser assim. A característica marcante desses games comemorativos é alguma regra nova. A para a edição atual que comemorará os 75 anos dos jogos é a volta dos campeões de cada Distrito á arena. Foi o jeito que a Capital arrumou para tentar matar Peeta e Katniss de uma vez por todas.

Neste segundo livro Collins enfatiza o poder do povo contra um governo tirano e violento. Diferente do primeiro que tinha a intenção de mostrar a violência dos Games e a submissão das pessoas, este trabalha a “volta por cima”; o surgimento da vontade de mudar as coisas. A relação da personagem Katniss e o seu companheiro de jogo Peeta continua confusa. Ainda há o “amigo de infância” Gale. Esse triângulo amoroso meio que estabelecido no primeiro livro persiste e não evolui, o que se torna cansativo. A questão visual ainda é forte nas páginas de Em Chamas. Maquiagem, vestido, botas, cabelo e outros apetrechos e frivolidades tomam boa fatia da leitura. Isso também já se tornou cansativo e temo que persista, assim como o triangulo amoroso no terceiro e último livro da saga.

Em suma, Em Chamas cumpre a sua missão. Propicia uma leitura de entretenimento competente e deixa sua mensagem de que o poder emana do povo e dele depende (já leu isso em algum lugar?). Talvez comece a estagnar os elementos apresentados no livro anterior, mas conclui com uma ponta muito boa para o terceiro livro, tal qual ocorre no final do primeiro. Você também vai ficar com vontade de ler o último livro.

Fica a resenha e a dica.

Abraço.

15 de maio de 2014

Copa, sala, cozinha? Pra onde vamos?


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Como vão, caríssimos humanos? Preparados para a Copa do Mundo? Gripados? Com dengue? Linchando alguém? Enfim, espero que tudo esteja normal com vocês. Por aqui, tudo continua a mesma merda de sempre.

Desta vez eu vim falar sobre direção e Copa. O que uma coisa tem a ver com a outra? Sei lá. O que observo é o quanto vocês estão perdidos. Tornaram-se policial, juiz e executor, mas esqueceram-se do advogado. Verdadeiros justiceiros. Eu não vou dizer que não os culpo, porque mentiria. Não acho que uma opinião televisiva seja capaz de transformar gente em animal. Acredito que uma vida toda de animal segue animalesca. Talvez aqui sim, posso aliviar um pouco para vocês. Posso dizer que não lhes ensinaram a ser gente.

Mas não é desculpa. Não é justificativa. Tanto ser filho da puta como ser honesto é coisa que não pode ser atribuída a outra pessoa além de quem o é. Explico: o bem e o mal são coisas que exigem prática. Ninguém nasce filho da puta e nem é transformado em um. O que acontece é que o cabra aprende a ser e depois pratica. O mal é como uma semente. É preciso plantar, irrigar, cuidar direitinho para que nasça. Em outras palavras, exige uma ação. Já reparou que tem uma pá de gente plantando e cuidando dessa semente?

Do mesmo modo acontece com o bem. Não precisamos entrar no mérito do bom, do certo ou justo. Fiquemos apenas com o seguinte: “não devo foder com o outro se não quero ser fodido também”. Se o caboclo planta essa semente, cuida dela e tudo mais, vai acabar colhendo o que plantou. E agora entra a questão da direção que eu tinha mencionado. Veja só, se você trilhar por caminhos verdadeiros, honestos vai ter um norte bem concreto para se orientar. Sabe por quê? Pelo simples fato de a verdade ficar gravada na sua cachola com mais facilidade por conta de ser algo real; que aconteceu. Gravamos a verdade e esquecemos a mentira porque temos medo dela. Temos medo de sermos pego mentindo, mesmo que inconscientemente. Daí a merda: a mentira vira outra mentira; não se sustenta, confunde e nos deixa sem direção.

Sacou a parada? Pois bem, agora vem a questão da Copa. Não vou ficar de mimimi porque ela vai acontecer enquanto uma pessoa fica doze horas esperando ser atendida por um médico no Pronto-Socorro sucateado. Nem vou me queixar porque as pessoas estão morrendo sem cuidados médicos; sem polícia; sem educação. Isso tudo é coisa que já se vê muito por aí e não vai ser as minhas palavras de merda que vão fazer vocês se tocarem. Tanta gente melhor aí já falou disso e não adianta nada. Eu até entendo o motivo de nada mudar, embora não o aceite. É que vocês não sabem por onde começar. Estão sem norte.

O que quero fazer aqui é uma previsão. Isso mesmo, uma profecia fecal. Gravem bem, meus amigos humanos: o Brasil será campeão da Copa do Mundo de 2014.

Abraços fecais (mentais).
Fezesman  







7 de maio de 2014

O Dia do Curinga de Jostein Gaarder

Um grande jogo de alguém

Jostein Gaarder é um autor norueguês já famoso por conta de um livro chamado “O Mundo de Sofia” (já comentado aqui). Filósofo-escritor ou escritor-filósofo, sua história da pequena Sofia nos convida a refletir sobre a própria existência. Isso também acontece em “O Dia do Curinga”.

O Dia do Curinga foi publicado originalmente em 1990, ou seja, é mais velho que o seu irmão famoso O Mundo de Sofia de 1991. Algumas ideias contidas nele se repetem com Sofia, mas a ótica é outra. Não me cabe contar mais sobre isso para não estragar a leitura de ambos os livros. O que fica é o fato de em ambos a Filosofia exercer um papel crucial na vida dos personagens.

O livro conta a história da viagem do menino Hans-Thomas com o pai no intuito de reencontrar a mãe que o abandou há oito anos. A procurada que se chama Anita saiu de casa para tentar se encontrar e, segundo informações colhidas pela dupla, está atualmente em Atenas trabalhando como Modelo. A viagem segue para a Casa dos Filósofos.

No caminho, Hans-Thomas ganha uma lupa de um anão, passa por um curioso vilarejo, conhece um estranho padeiro e recebe dele pães. Num desses pães está um minúsculo livro que, com a ajuda da lupa do anão, vai lhe contar uma fantástica história sobre uma ilha mágica, cartas de baralho que ganham vida e bebida que não pode ser experimentada mais que uma vez. A partir daí temos duas histórias: a do menino Hans-Thomas na busca pela mãe e a do jovem Albert, personagem principal do livrinho,  na ilha mágica. Conforme ambas as histórias avançam, descortina-se a relação surpreendente entre elas e também as influências. Como num jogo místico de cartas, é possível prever o futuro.

O autor insere nas páginas da obra de forma sutil os conceitos filosóficos que tanto lhe agradam. Não se trata de aula de Filosofia, como pode ser interpretado de sua obra mais famosa. Aqui as questões existenciais tem um propósito mais prático, mais perto da realidade dos personagens. Há uma busca, há curiosidade e há o descobrimento. O que fica, agora, talvez, tal qual nas páginas que sustentam Sofia, é a dúvida. Como se dá a Criação? Qual é a verdadeira relação entre Criador e Criatura? Existe sorte ou somos todos sortudos? Ciclos, o que isso quer dizer? Tudo isso e muito mais são assuntos para o dia do Curinga.

É excitante para um leitor perceber que ao final da sua experiência, algo ficou. Que existe mais para ser entendido; que não se trata de um livro fim, mas meio. Jostein parece ter esta característica como autor e daí pode ser classificado como um filósofo-autor. Ele nos faz pensar e querer saber; incita-nos com sua forma simples e direta de contar. O Dia do Curinga é recomendadíssimo para todos aqueles que desejam ver as coisas de uma forma nova; consciente e surpreendente. E você, já sabia que As 52 cartas do baralho (tirando os curingas) simbolizam o número de semanas do ano e, se você somar os valores de cada carta e depois somar 1 (curinga) o resultado é 365, a quantidade de dias do ano? 

Fica a resenha e a dica.

Abraços.