21 de dezembro de 2020

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Conseguiu ler o título da postagem? É isso mesmo, o meu novo livro será lançado oficialmente no dia 4 de janeiro de 2021.  

Veja a sinopse do livro: 

Daqui a cem anos o mundo será gerido por grandes empresas e o teletransporte de pessoas será corriqueiro. Haverá a MIM, um sistema que conectará o cérebro das pessoas diretamente à internet, pelo qual elas obterão conhecimento, habilidades e entretenimento. 

Um suposto erro envolvendo a MIM de Cássio André, um cidadão comum desse futuro, o impede de entrar em casa e ele é desconectado do sistema. Ao tentar resolver o problema, conhece Albert, um representante da FAXINA e descobre que querem matá-lo. Inicia-se aí uma grande aventura que transformará sua vida para sempre.

EXTRAORDINÁRIO NOVO EU é uma história que trata de temas como tecnologia, sentimentos, marcas, privacidade e redescobrimento da própria identidade.

O link no Skoob:

https://www.skoob.com.br/extraordinario-novo-eu-11663849ed11680457.html

Logo trago novas informações, como pré-venda e primeiras páginas do livro. 

Abraço!

4 de dezembro de 2020

Minha resposta



Primeiramente gostaria de agradecer pela descrição da sua pessoa. Não ia escrever que você é bonita para não gerar mal interpretação, mas é o que penso, de todo jeito (e foi o que acabei escrevendo). Bem, posso pedir desculpas e argumentar que a caneta vai passando pelo papel conforme os pensamentos vão acontecendo. Rasurar me parece pior, concorda? Você ia ficar tentando descifrar o que escrevi e risquei… Eu poderia começar de novo, pois escrevi pouco até agora. Mas eu não quero fazer isso. Acho que planejar muito o que fazer tira a graça do fazer. Além do mais, como disse na primeira carta que lhe enviei sou péssimo com começos. Fica assim, ok? 

Registrando que não me escreveu sobre o seu trabalho.

Sua história sobre cobras gigantes metálicas que mais tarde foram chamadas de trem e a previsão de relógios comunicadores é bem curiosa, viu. Ela me faz refletir sobre a minha incrível teoria do tempo; aquela que mencionei na primeira vez que te escrevi. Eu desconfio de que o tempo não existe e que futuro, passado são só o presente de certa perspectiva. Não é muito complicado entender. 

Aqui dificilmente paro só para conversar com alguém. Sempre há um pedido, segundas intenções, compreende? Se me chamam para almoçar, por exemplo, é para pedir apoio em uma eleição sindical ou me cobrarem de algo que fiz ou deixei de fazer na escola. Não estou reclamando, só fazendo uma constatação mesmo. Parece que todo mundo precisa de um motivo para se encontrar com outra pessoa, o que tem certa lógica. Vivemos tempos em que ser útil e produtivo é uma necessidade. Em contrapartida, contrariando tudo isso, passamos dias e noites enfurnados em casa assistindo intermináveis séries na Netflix ou só descendo a tela do Facebook em nossos celulares; postando fotos de falsa felicidade no Instagran. Parece que temos carência de perder tempo; de encontros despretensiosos como os que você me relatou que ocorrem aí. 

Fiquei com inveja, acho…

Vamos mudar de assunto? Esta semana vi um vídeo de uma velha senhora que foi bailarina. Na filmagem ela escuta os acordes de “Lago do Cisne” e começa a movimentar os braços e a cabeça no ritmo da coreografia. Os movimentos são suaves, bonitos, como os de uma jovem dançarina. Mesmo assim, se observarmos antes da dança ou depois, vemos uma senhora bem debilitada pela idade e que não consegue andar (dançar). Sabe o mais incrível? Ela tem Alzheimer e não se lembra de si, da família ou de ir ao banheiro. A música (a arte) a leva de volta ao tempo de bailarina… 

Será que seu ficar velho e perder a capacidade de pensar, poderei recuperá-la ainda que momentaneamente quando ler suas cartas? Saberei lê-las? Lembrarei de você? Eu espero que sim. Se eu estiver certo terei, enfim, desenvolvido o método científico para comprovar a minha teoria sobre a inexistência do tempo.

Desculpe por estar meio filosófico nessa carta, mas não consegui evitar. Tento me apegar a alguma explicação ou esperança para tolerar esses dias difíceis. Sua resposta é o que me anima sempre. Já estou aguardando-a. 

Professor de Geografia.