26 de fevereiro de 2015
Crítica sobre Estela pelo escritor Claudio Manoel
20 de fevereiro de 2015
Espetáculo “A Passagem”
Ontem às 20h no CECOM (Centro Comunitário da Vila Dias) foi apresentado o espetáculo teatral “A Passagem”. A direção ficou por conta do escritor e professor de teatro Joseph Martins do Núcleo dos Escritores de Moji Mirim. Eu que também faço parte do Núcleo mais a escritora Fátima Fílon estivemos lá. Também notei a presença da Conceição, diretora do CECOM e o amigo escritor Eder Marçal.
Joseph Martins explicou que o texto da peça foi escrito pelos próprios atores, todos seus alunos do curso de teatro de férias promovido pela Cia Usina de Teatro com o apoio do CECOM. O resultado foi uma apresentação original e um trabalho bem feito.
Os atores eram adolescentes em sua maioria e o palco foi organizado com a finalidade de simular uma passagem. Em outras palavras, havia um corredor entre o público e as cenas aconteciam ali. O enredo, por sua vez, era focado na história de uma menina que estava cansada de como as coisas funcionam no mundo e da sua vida. Sua ideia era acabar com o sofrimento e os outros personagens tentavam persuadi-la a realizar o ato final ou a desistir dele. Tudo muito bem organizado no escuro. Isso mesmo, cada ator tinha a sua luz própria que era acesa quando ele interagia no espetáculo.
Foi muito interessante assistir “A Passagem” e constatar que há pessoas fomentando a arte na nossa região. Parabenizo o escritor e diretor Joseph Martins e os seus talentosos alunos. Que bonito é ver a juventude respirando arte. Ponto pra Cia Usina de Teatro e o CECOM.
Abraço.
18 de fevereiro de 2015
La Bandida: Começando pelo fim (de novo)
5 de fevereiro de 2015
A primeira resenha de Estela
Como anunciado anteriormente, o blog Cemitério dos Posts Esquecidos fez comentários sobre Estela. Não foi só o respeitável blog que teceu opiniões sobre a obra que pretendo lançar em breve e antecipo os meus agradecimentos a todos os parceiros que se comprometeram a ler o livro. Aos poucos vou transcrever aqui o que os leitores betas estão achando de Estela. Hoje transcreverei a resenha do Cemitério dos Posts Esquecidos, feita pelo amigo Allison Feitosa. A postagem original do blog pode ser lida aqui. Peço licença ao autor para reproduzi-la a seguir:
Estela fecha a trilogia independente fantástica do autor nacional Paul Law que brilhantemente cria uma mitologia própria incorporando características de outras mitologias em um mundo paralelo ao nosso.
Estela é uma senhora com a idade já avançada que acorda em um hospital sem saber a razão de estar ali e encontra uma boneca falante em cima de sua maca dizendo que está ali para protege-la. Como se não fosse demais, seu médico é na verdade o Tempo que lhe dá um ''tempo extra'' de vida para que ela possa resolver algumas questões... em outro mundo!
''Surpreendeu-se com o fato de ver e ouvir daquela maneira. Só se dava conta de como era ser jovem, agora que recuperara de fato a juventude. As pernas ganharam rigidez, a pele esticou-se e os cabelos adquiriram cor. Estava tão empolgada com a possibilidade de ser moça novamente que não prestou atenção nos dizeres de Tempo.
- É o seu tempo extra.'' Pág. 19
Ester é uma jovem que sofre um acidente de carro e perde a memória de longo prazo, os médicos já tentaram de tudo, mas ainda procuram uma cura. Até o momento em que a garota que não conseguia lembrar de nada por muito tempo lembrar das notas do violino e começar a escrever uma história que jura ser uma experiência já vivida. A história de Estela.
O que acho incrível e muitas vezes perturbador é o modo como Paul brinca com nosso discernimento do que é real ou imaginação. Além de guiar os próprios personagens em uma teia de acontecimentos paralelos ao mundo real, o autor acaba brincando com o emocional do leitor, que não consegue largar o livro até ter todo os mistério da vida de Estela e das pessoas ao redor resolvidos. Ou não.
É uma leitura leve e fluida e o autor solta ao decorrer da narrativa vários mistérios e nos apresenta uma mitologia rica de estórias e personagens com várias referências à Alice no País das Maravilhas e Crônicas de Nárnia, apresentando-nos características de um deus até então desconhecido por várias religiões já existentes. Os personagens em suas lutas paralelas faz da ideia do livro algo genial, o que muitas vezes nos faz perguntar: o que realmente está em segundo plano na estória?
'' - Partimos nesta manhã e já desejas chegar? A tua espécie é curiosa, Estela. Quando querem algo, querem para logo, mas quando precisam ser responsáveis protelam por tempo!
- Que ódio tem por nós, Fauna!
- Não é ódio. Isso também é exclusividade de vocês.'' Pág. 49
Li Ester (o livro que abre a trilogia) em 2013 e me encantei com o mundo criado pelo autor. Cheio de personagens fortes e cativantes a trilogia traz uma aura de magia e fantasia que remete a livros clássicos universais. Como já li muita literatura nacional fantástica eu já percebi que nossos autores tem uma espécie de fórmula ou alicerce quando vão escrever seus romances... é então por isso que gosto tanto da escrita de Paul, ele consegue fugir da fórmula e nos trazer algo inovador. Recomendo demais a leitura de Estela. É um livro cheio de ensinamentos nas entrelinhas que vai te deixar preso no mundo criado pelo autor e com uma pontinha de saudade da enxurrada de eventos que encontramos no decorrer das páginas. 4 estrelas!
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É isso aí!
Abraços.
3 de fevereiro de 2015
O Enigma e o Espelho
Temos o mundo e não o contrário
Mais uma vez Jostein Gaarder faz romance com filosofia. Dessa vez, no entanto, concentra sua escrita na condição humana. O Enigma e o Espelho é um livro que explora o conceito de humanidade até suas últimas consequências. Apesar de curto, rápido e de fácil leitura (como é característica do autor) não se trata de leitura superficial. Pelo contrário, somos provocados a pensar.
A obra conta a história de Cecille, uma jovem que por conta da doença não pode desfrutar completamente da festa de Natal e da presença dos familiares. A menina passa a maioria dos seus dias na cama em seu quarto, apenas escutando a agitação lá fora. Apesar da sua tênue idade e da gravidade da enfermidade, ela não deixa de fazer planos; de sonhar com o dia em que poderá experimentar os seus esquis novos (o presente daquele Natal). A família não tem as mesmas esperanças…
A vida da garota ganha nova perspectiva quando começa a receber a visita inusitada do pequeno anjo Ariel. É com ele que ela começa a descobrir muitas coisas, principalmente as peculiaridades de ser quem ela é. Ariel por sua própria natureza não faz a mínima ideia do que é ser humano. Ela vai lhe explicando e ele retribui contando como é ser um anjo e as características do Universo, assim como as de Deus. É do anjo que Cecille descobre não pertencermos ao mundo, mas, por conta da nossa brevidade existencial, o mundo nos pertence. No tempo em que estamos vivos, Deus nos dá o mundo todo de presente. Só por isso ela já se sente agradecida. Mas não é só essa reflexão que a protagonista alcança. Muitas outras, mas não me cabe estragar a surpresa.
O Enigma e o Espelho faz referência filosófica a vários temas interessantes. Gaarder, dessa vez leva a sério o título do livro de Nietzsche “Humano, demasiado humano” ao explorar os sentimentos, as deduções e visões que só podemos ter a partir de nós mesmos. O câncer de Cecille que a princípio poderia provocar no leitor diverso sentimentos (pena, compaixão, temor, identificação, etc.) e garantir a emoção, não tem esta finalidade. Isto, para mim é genial e foge ao comum “A Culpa é das Estrelas”. Aqui, Cecille está doente e o pior pode mesmo acontecer, mas não é por isso que sua história vale a leitura. Como dito, é o entendimento que tal condição impõe à protagonista. A situação da menina é justamente para fazer com que paremos para pensar, nem que para isso tenhamos que estar doente (como de fato ocorre com muitas pessoas).
O Enigma e o Espelho é um livro em dois planos: real e imaginário. Tem conclusão satisfatória em ambos. Comparações com “O Pequeno Príncipe” não podem ser evitadas. Escrever na linha fina entre o real e o fantástico é um dom de poucos e que conta muito com a participação do leitor, afinal, ele deve se deixar levar pelas borboletas do imaginário. Gaarder sempre conta com seus leitores, realizando um trabalho simples, intenso e rico. Tudo isso porque ele planta e nós cuidamos para que dê flores. Ótimo livro (de novo).
Fica a resenha e a dica.