1 de abril de 2010

Crônicas de Ester: O Anversário de Maria Falsa


Hoje é o aniversário de Maria Falsa ou não. A jovem de natureza peculiar, já que pensa uma coisa e se expressa de forma contrária a este pensamento, está muito feliz com seus convidados.
— Proponho um brinde! — levantou-se um senhor de aproximadamente cinquenta anos que vestia-se de calça jeans e jaqueta de couro. — Um brinde para Maria Falsa!
Todos se levantaram. Ali, naquele salão de festas do castelo que não se pode definir endereço, estavam Julia Justa, Lady Morte, Aurora, Flora, e muitos outros que representavam alguma força maior, que eram chamados de Fenômenos. Salomão, o homem de meia idade e que parecia estar embriagado se ergueu primeiro dizendo:
— Gosto dos aniversários! É uma oportunidade de nos reunirmos como era no princípio e também uma chance de eu tomar um porre de graça!
Todos repudiaram as ultimas palavras daquele homem, mas ele não se importou. Então uma menininha de cachos avermelhados e de olhos púrpuros indagou:
— Sabedoria, poderia me contar a história de quando fomos criados? Sempre quis saber, mas onde moro ninguém sabe contá-la!
Salomão, ainda com a taça ao alto, fitou Maria Falsa pedindo a ela licença com os olhos. Ela gesticulou um não que significava sua aprovação. Sabedoria então começou:
— Misericórdia você como a mais nova de nossa família ainda não conhece nossa origem. Então vou lhe contar. No início foram criadas as criaturas. Elas são seres que existem por existir, sem uma razão específica. Quando estes seres se relacionaram nasceram os Fenômenos, Nós! Existimos por causa daquilo que representamos e servimos para modificar, qualificar e dar sentido a vida dos seres vivos.
— Que confuso! — A criança coçou a cabeça.
— Eu também acho — ele bebeu um pouco de vinho.
— Esta criatura que você menciona é o Homem?
— Na maioria das vezes sim, mas não em todas.
— Queria um exemplo.
Maria Falsa tomou a palavra:
— Você é um exemplo — apontou o dedo para a menina de vestes simples — quando um ser humano se relacionou com outro e teve clemência dado o fato de se encontrar em situação de vantagem, resolvendo ajudar, foi então que surgiu a Misericórdia.
Salomão ergueu mais uma vez sua taça de vinho:
— Eu não explicaria de maneira mais sensata, Maria!
Maria sorriu e disse baixinho:
— Obrigada, Ester! Misericórdia não sabe ainda, talvez nunca venha a saber, mas foi você que a criou. Espero que ela cresça e se torne aquilo que Zéca procurou tanto e não pôde encontrar, Amor.E todos saudaram Maria Falsa por estar completando mais um ano de existência ou não.

Um comentário:

  1. Finalmente li esta história!

    Muito legal conhecer a origem dessas entidades do mundo de Ester!

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