3 de fevereiro de 2011

Crônicas de Ester: Diálogos de Áurea

Diálogos de Áurea
 
         — Mata-me de um modo que eu possa continuar morta; poupe-me de viver sem viver.  — disse Áurea para o mágico Frys.
         — E posso? Posso dar-lhe o que pede, mulher?  — respondeu Frys.
         — Quem poderá?
         — Andamos tanto para desistir agora? Cá estamos no Cemitério de Lady Morte.
         — É que agora que me veio devaneios. Morta ou viva, não compreendo o que fazer. Ao fim da minha busca, deparo-me com a questão: agora que veio o final, o que virá depois?
         — Eis que logo saberemos, pois a Morte já nos viu.
         — Saudações Áurea e Frys. —Disse-lhes Lady Morte vestida de mágico.
         — Não sei mais se quero voltar a viver, Morte.
         — Pois não lhe cabe decidir.
         — Cabe a ti?
         — De certo modo. Como havia lhe dito não sou eu quem devolvo a vida, mas decido quando ela acaba.
         — Quero que acabe. Não desejo mais reviver. Tudo que andei e sofri e nem mesmo falar-lhe consegui. Agora cá estou no mesmo local que meu corpo descansa.
         — Se é esse o seu desejo, dê-me a mão.
         — Não Áurea!
         — E quem és tu que surges brilhante?
         — Quem busca.
         — Por que só agora?
         — Agora sou necessária. Quer viver?
         — Diga não! — Franziu o cenho, Lady Morte.
         — Pense bem. — ponderou Frys.

2 comentários:

  1. Como é bom ler seus livros Paul, e "Ester" foi um dos que me surpreendeu. Sua narrativa transparente e bem elaborada é uma dos fatores que me deixa boquiaberto. Acredito no seu sucesso Paul, pois criatividade é oq que não falta em você. Abraços.

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  2. Lourival, muito obrigado pelas palavras de incentivo. Sua presença nova é bem-vinda, amigo e gratificante.

    Um forte abraço e sucesso!

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