27 de agosto de 2014

Gotículas de tudo



As gotículas de chuva escorriam preguiçosas pelo vidro do furgão. Já era noite, Ester estava cansada. Observava os rabiscos de chuva no vidro toda vez que um farol iluminava o interior do veículo. A mãozinha direita espalmava a superfície transparente, numa brincadeira impossível. Ela controlava os desenhos que formavam com o escorrimento da chuva sobre o vidro. A escuridão lhe tirava a visão, mas a brincadeira estava salva. Ela acontecia  em sua mente.

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