28 de setembro de 2017

30 e Poucos Anos e uma Máquina do Tempo - Mo Daviau


Música, viagem no tempo e outras coisas

O romance da estadunidense Mo Daviau combina rock e arrependimento. Pode parecer clichê falar em viagens temporais com este intuito, mas 30 e Poucos Anos e uma Máquina do Tempo (que título enorme!) tem outros recheios. Apresenta romance, física, datas de shows importantes e, é claro, muita música. 

Tudo começa com o personagem/narrador Karl Bender se metendo em uma enrascada. Sim, ele tem um "buraco de minhoca" em seu apartamento que usa para viajar no tempo e assistir shows de bandas de rock do passado, mas não é por isso que as coisas dão errado. Nem mesmo por "vender" vagens a outros amantes do rock antigo.O problema é o seu melhor amigo e o responsável por tornar o buraco de minhoca funcional:Wayne DeMint. O sujeito quer voltar no tempo e impedir o assassinato de John Lennon. Bender tenta dissuadi-lo, dizendo que o buraco de minhoca não deve ser usado para alterar o passado, mas Wayne está decidido. Bender cede, eles programam a viagem, só que há um pequeno erro de cálculo. Karl esquece de colocar o número 1 para o ano de viagem ser o de 1980, mandando o amigo para o ano de 980. É por isso que o personagem principal precisa conseguir ajuda de um físico para trazer Wayne de volta; é por este motivo que ele conhece Lena. 

Daviau tem uma escrita agradável e fluída, mesmo narrando pelos olhos de um personagem um tanto quanto sem graça. Karl Bender é um ex guitarrista de uma banda de médio sucesso, o Axis, já desfeita no tempo em que a história ocorre. Sempre se comparando e invejando ao vocalista desta banda, o excêntrico Milo, ele tem uma vida medíocre (mesmo podendo viajar no tempo). A jovem física Lena dá um up na vida decadente do narrador, mas também causa-lhe problemas, num misto de amor e ódio explorado de forma interessante. 

Saudosista, futurista, uma bagunça temporal e emocional, 30 e Poucos Anos e uma Máquina do Tempo é um livro da nossa época. Mostrando personagens emocionalmente fracos, arrependidos, buscando algo que não sabem definir; tentando fazer as pazes com o passado e ficarem bem no futuro. Esta faceta dos personagens é o que há de mais interessante na obra. No final o que importa é o caminho, não o ponto de chegada. Leitura recomendada.

Fica a dica e a resenha.
Abraço.        

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