27 de maio de 2020

Dom Quixote de la Mancha Vol. I



Uma épica e cômica aventura

O livro "Dom Quixote de la Mancha" de Miguel de Cervantes é dividido em duas partes, sendo a primeira lançada em 1605. É considerado como a obra-prima da ficção e mesmo muitos anos do lançamento, continua encantando leitores. Inclusive a mim que tive a honra de conhecê-lo apenas agora. É um livro grande mesmo em seu primeiro volume, por isso optei por dividir a resenha em duas, como foi a publicação da obra na época. 

Nesta primeira parte de Dom Quixote conhecemos o cavaleiro andante que dá nome à obra, um fidalgo de meia idade viciado em leituras de cavalaria. O vício foi tanto que perturbou o discernimento do homem, fazendo-o sair pelo mundo praticando aqueles atos narrados em livros antigos. O seu nome, Dom Quixote também é crianção sua. Na primeira investida o nobre cavaleiro não se dá bem e retorna moído para casa, trazido por conhecidos. Na segunda, a que preenche todo primeiro volume, as aventuras de fato ocorrem. Junto de seu fiel pangaré Rocinante e de seu famoso escudeiro Sancho Pança, Dom Quixote realiza tantas façanhas quanto sua loucura permite. Lutas com moinhos de vento, barris de vinho e encontros com personagens inusitados estão no pacote, tudo dedicado à formosa Dulcineia del Toboso, a princesa que só existe na cabeça do falso cavaleiro. 

Miguel de Cervantes tem uma escrita gostosa de acompanhar. Sem exageros, demonstra seu conhecimento de histórias de cavalaria, da fé cristã e dos deuses e contos gregos. Apesar de ser uma história escrita a mais de quatrocentos anos, é simples de ler. Dentro da história principal, o autor apresenta outras menores que são muito interessantes. Algumas sagas paralelas se entrelaçam a principal quando personagens mencionados são encontrados, fazendo com que o leitor se interesse pelo seu deslinde. Nesse ponto Cervantes também não decepciona, pois tomou o cuidado e a decência de concluir todas elas. 

A figura de Dulcineia é constante em toda obra, funcionando como uma musa para o cavaleiro. Sancho tenta explicar ao seu amo que já ouviu falar da verdadeira Dulcineia que, além de ter outro nome, está muito distante de ser princesa. No entanto, Dom Quixote, que jamais a viu, é categórico ao dizer que sua princesa é o que ele imaginar que ela é. E isso lhe basta.

O segundo volume, muito aguardado e que estou lendo agora, só foi lançado quinze anos depois. 

Em resumo, uma obra pontual, bem escrita, simples, mas não por isso diminuída, que trata de um personagem louco e fantástico, capaz de ver a vida pelos olhos épicos de heróis ficcionais. Cômica também e apesar de longa não se torna maçante. Eu imagino, já que se trata desse tema, que Dom Quixote seria como uma boa séria de TV para a época. Todos queriam ver os próximos capítulos e o fim do nobre cavaleiro. 

Estou torcendo por ele. Fica a dica e a resenha. 
Abraço 
Paul Law

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bem-vindo. Seu comentário é muito importante!