
de lutas e ideais
Com o subtítulo “de lutas e ideais” o primeiro livro da série “Os Herdeiros dos Titãs” do talentoso escritor Eric Musashi é um livro muito bonito fisicamente falando, foi a primeira coisa que me chamou atenção. Com tamanho maior que o tradicional, de letras em relevo e de desenho criativo, sua capa se destaca em qualquer prateleira. Exemplo suficiente de livro nacional cuja beleza do projeto gráfico supera os gringos.
A história relata as aventuras do jovem revolucionário Arion e sua trupe em busca de liberdade, afinal na cidade de Jatitã, um tirano oprime o povo. Paralelamente a isso, na capital temos o herói Téoder vivendo infeliz ao lado da Rainha-deusa Quetabel, remorsado por ter assassinado sua esposa Faná.
Agora adicione o fato de Arion ser o único filho de Téoder e este ter-lhe tirado a mãe. O que se passa na cabeça do jovem revolucionário em relação à atitude do pai? O que ele fará quando encontrá-lo? São exatamente estes pontos abordados no primeiro “Os Herdeiros dos Titãs”.
Uma narrativa detalhada marca a obra. A passagem de tempo é bem delineada e toda a jornada de cada personagem central é bem contada. A técnica de fragmentar o livro em dois núcleos distintos denota criatividade por parte do autor. Na expectativa de conferir o encontro de Arion com Téoder, o leitor se vê preso nas páginas de “Os Herdeiros de Titãs”, mesmo que muita coisa aconteça neste ínterim.
Aliás, o autor apresenta durante a expectativa do encontro entre pai e filho, um mundo fantástico com elementos próprios, nome de classes sociais, de medidas e raças. Isto, a princípio pode confundir o leitor, já que complexidade do cenário e seu contexto dificulta o entendimento imediato. Entretanto, com o decorrer da história, o leitor vai se habituando aos termos criados pelo autor e passa a entendê-lo no contexto da história, afinal não é preciso saber tudo do mundo para entender uma saga dentro dele.
Outro fator importante é a mensagem que se nota. A capital Catebete mostrada no livro é uma metáfora da nossa sociedade atual. O povo dela é reflexo do nosso, assim como as atitudes e comportamento. Olhá-lo no livro pode nos fazer pensar em muitas coisas e não me cabe dizer mais para evitar spoiler.
O único fator que não me agradou muito a falta de ação neste primeiro livro. Entendo que o conflito psicológico dos personagens e a retomada mental de atitudes sejam os principais temas a ser desenvolvido, mas a narrativa em alguns pontos me soou amena demais. Não que faltou detalhes, pelo contrário, achei em alguns pontos que a narração de cada dia de cada viagem, desnecessária. É opinião pessoal de leitor.
Aguardo ansioso o segundo livro da saga “Herdeiros dos Titãs” para conferir a ação que ele promete e finalizo recomendando o primeiro. Sei da luta diária do autor, de todo o seu esforço para chegar aos leitores e o valorizo muito por isso. Todo o empenho com as palavras, com estudo e com o projeto gráfico, faz de “Os Herdeiros dos Titãs – de lutas e ideais” um livro de energia única.
Fica a resenha e a dica.
Bela (e sincera) resenha, Paul. É interessante observar como cada leitor vê a obra de uma forma, com uma mensagem diferente, e se agrada de certos aspectos, em detrimento de outros - mas sempre se agrada.
ResponderExcluirEspero que aprecie mais ainda o segundo.
Sucesso!
gostei da resenha, Paul o/
ResponderExcluirbem escrita e sincera.
^^
Obrigado pelo comentário, Eric. Também pela visita ao meu espaço, pois é sempre bom ter a presença de escritor talentoso como você. Desejo-lhe sucesso!
ResponderExcluirKmila, que bom saber que gostou da minha opinião. ^^' Obrigado pelo comentário.
Abraços!