31 de julho de 2013

O Oceano no Fim do Caminho

 

Há um mundo inacreditável sobmerso

A última obra do aclamado autor inglês Neil Gaiman chama-se “O Oceano do Fim do Caminho”. Trata-se de um livro curto, que deveria ser um conto, segundo o autor, mas que se tornou novela e depois romance.  É uma viagem ao desconhecido, como já aconteceu antes nas páginas de qualquer livro do autor de Sandman.

A história começa com o protagonista preparando-se para um velório. Nosso homem, sem nome, que parece estar perto dos cinquenta anos de idade, vai voltar para a localidade onde cresceu. Desviando-se não intencionalmente do caminho que deveria seguir, ele acaba chegando à fazenda Hempstock, um local conhecido de sua infância. Lá, sentado no banco verde com vista para o lago que Lettie Hempstock chamava de oceano, ele encontra o seu passado.

Os eventos desencadeados após a morte do minerador de opala que ocupava o quarto que fora dele, começam a ser relembrados. O primeiro encontro com Lettie, a fazenda Hempstock, a mãe a avó da nova amiga e o oceano, são visitados novamente. Até mesmo a chegada de Ursula Monkton para ocupar o quarto do minerador de opala em troca de tomar conta das crianças da casa: ele e a irmã. A Pulga, como a velha Hempstock, a chamava, era muito mais do que uma linda mulher…

O sobrenatural aflora como as flores do jardim da mãe do protagonista. As Hempstock, as Pulgas e as assustadoras Pragas, tudo tem ligação com aquilo que está além dos nossos olhos; do nosso mundo. O oceano é a chave para o sentido de tudo ou a completa falta dele.

Gaiman mistura elementos científicos com a fantasia em um romance único, direto e intrigante. Os pontos não são todos ligados, há algo mais; há algo que nos deixa inquietos. O quanto de real que imaginamos ser real é mesmo real? Somos tão ínfimos, como o autor faz questão de deixar claro com o episódio da morte do gato do protagonista. E se nossas mentes fossem o oceano? Questões teológicas também são exploradas de forma sútil e o efeito que isso causa ao leitor é algo subjetivo e tem a ver com o que cada um acredita. Viemos mesmo de um grande ovo cósmico que simplesmente explodiu? E se este ovo foi botado por uma galinha da fazenda Hempstock?      

Uma leitura rápida de reflexão profunda. Mágica, fantástica, escolha os adjetivos dessa natureza, mas que não deixa de ter o pé firma no que temos de realidade. Tudo faz sentido, até mesmo o que não faz. As palavras finais do autor são o freio. Algo como: “a história é essa e ponto, não há mais nada”. Será mesmo?

Fica a resenha e a dica.

Abraço.   

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