27 de janeiro de 2014

Jogos Vorazes de Suzanne Collins

 

Jogos Vorazes

Um futuro não tão futuro assim

 

Jogos Vorazes da escritora Suzanne Collins é o primeiro de uma trilogia, que tem por objetivo mostrar um futuro possível para a nossa sociedade, no qual o espetáculo, a imagem, a fome são elementos principais. Bem pensado, a saga de Katniss coloca em xeque elementos já existentes hoje de um ponto de vista exagerado (ou não).

A história se passa no país fictício de nome Panem, nascido após a dissolução dos Estados Unidos da América. A nação é dividida em doze cidades/estados, chamadas de Distritos que contribuem para a Capital, o estado-chefe. As leis, os recursos partem de lá. Inclusive as punições. Anualmente, a Capital promove uma competição denominada “Jogos Vorazes” na qual vinte e quatro pessoas, duas de cada Distrito, os chamados Tributos, são colocados para tentarem sobreviver. O jogo acaba quando apenas um restar com vida.

Clichê á parte, nossa protagonista é a garota do Distrito Doze, Katniss, que tomou o lugar da irmã menor, escolhida para o jogo no mesmo estilo de Ikki e Shun em Cavaleiros do Zodíaco. Ela é durona, treinada na arte da caça, dada a necessidade. Uma menina que teve de crescer e assumir a chefia da família pela morte do pai e a loucura da mãe. A figura feminina é emblemática aqui…   

A coisa complica mesmo nos jogos, quando Katniss terá de superar Tributos bem treinados, mais fortes que ela. O seu distrito é sempre uma piada na competição e se depender do seu companheiro, as coisas vão continuar assim. Peeta, o rapaz do Distrito Doze é o filho do padeiro. É bondoso e nunca precisou caçar. Aliás, ele é totalmente contra a violência. Sua estratégia para se dar bem nos jogos é outra…

Falsidade e verdade se misturam na trama. A própria protagonista se confunde. As pessoas querem ver algo acontecer e o seu companheiro sabe bem como lidar com isso e ela, tão forte caçando, é totalmente desprotegida quando está lidando com gente. Pior mesmo é lidar com pessoas do que com animais… Nem mesmo seus sentimentos são coerentes. Numa crítica lúcida à juventude atual, Collins mostra que o jovem não sabe quem é nem o que sente. As imagens, os espetáculos são o inconsistente norte.

Embora quase nada seja original em Jogos Vorazes, sua autora é consciente. Big Brother Sangrento já foi há muito pensado, mas a dúvida, a confusão dos personagens tão visuais, é uma perspectiva interessante. Isso se observado do ponto de vista crítico. A história é bem escrita, apesar de se perder algumas vezes em futilidades, seja por conta da intenção de conceber uma obra cinematográfica, seja pela intenção de se aproximar de um público específico. Ainda me vem á mente a possibilidade de tal efeito ser proposital para criticar esta sociedade de cabelo arrumado e vestido deslumbrante, cuja aparência pesa mais que caráter. Prefiro isso…

Uma leitura rápida, de entretenimento, mas que pode nos fazer pensar. Discreta, quase imperceptível, a real mensagem fica, de algum modo. O suspense é trabalhado de outra forma: da dúvida. Quando terminamos de ler Jogos Vorazes, há mesmo o desejo de ler o segundo livro para esclarecer ou acompanhar o esclarecimento das dúvidas dos protagonistas e ver se eles têm salvação. Espero que sim e o mesmo vale para a nossa juventude.   

Fica a resenha e a dica!

Abraço. 

3 comentários:

  1. Amigo Paul, há muito tempo me afastei das minhas leituras por razões pessoais... Se eu não estiver num ambiente com 95% de silêncio, eu não consigo me concentrar e acabo me esquecendo de tudo o que li, é horrível isso... Aqui em casa estava assim, então eu meio que desanimei, abandonei tudo e comecei a preencher meu tempo com futilidades...

    Então, eis que volto a estudar, algumas colegas de classe são viciadíssimas em leitura e elas estão me influenciando indiretamente a interessar pela leitura novamente. Meu primeiro livro escolhido desta nova fase da minha vida, é justamente Jogos Vorazes! Eu amo os filmes da série e resolvi comprar o livro. É uma experiência totalmente diferente!
    Fiquei interessado quando vi lá no outro post "Voltando a Fita" e vim parar aqui. Gostei da resenha, muito vem feita! Parabéns!

    Pretendo comprar os outros livros da série, e todos os possíveis de Tolkien.

    Voltarei a ler com mais frequência, até ajeitei meus livros na estante da sala (a maioria de auto ajuda) os quais exponho com muito orgulho!

    Voltarei a acompanhar seu blog e ficar por dentro das novidades literárias!

    Abraços!!!!

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    1. Puxa, Clans, que legal. Eu não vi o filme, acredita? Apenas li os dois livros da trilogia. Falta o último que pretendo ler ainda este ano. Obrigado por ter comentado esta postagem e por me visitar. Espero que engrene na leitura!

      Acho que ler é sempre melhor do que não ler. Com o tempo vamos descobrindo aquilo que nos agrada. Forte abraço!

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  2. E já que eu tô voltando a ler, eu quero comprar seus livros também, os que eu ainda não tenho, mas quero autografados com dedicatória, qual a possibilidade? Hehehehe.... Abraços!

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