22 de abril de 2014

Wayne de Gothan

 

É mesmo o Batman! 

Tracy Hickman se incumbiu da árdua missão de transportar o famoso Homem-Morcego da DC comics para o mundo da literatura. Uma marca importante da cultura pop estadunidense e também mundial, Batman está nos quadrinhos, nas animações, nos cinemas e nas gôndolas de todo tipo de comércio. Agora também nas estantes de uma livraria. O título que você deve procurar é “Wayne de Gothan”.

Hickman é conhecido no país do Tio Sam por conta da série Dragonlance que co-escreveu com  Margaret Weis. Diferente deste universo fantástico que criou escreveu, o autor em “Wayne de Gothan”, não teve muita liberdade para trabalhar. É que o Batman já tinha toda uma história, consolidada ao longo dos quase oitenta anos de publicações. Contudo, se saiu bem no final das contas, afinal o livro estrelado por Bruce Wayne é razoavelmente fiel  aos principais acontecimentos cronológicos relatados nos quadrinhos. Há espaço para coisa nova também.

Tudo começa quando uma onda de crimes abate Gothan City. Ela envolve alguns vilões clássicos como o Espantalho, Coringa e Charada, mas também o próprio Batman. O Homem-Morcego está sendo procurado por ter atirado na filha do comissário Gordon e a aleijado, como aconteceu em “A Piada Mortal”, mas com o Coringa como autor do crime. O pior que o próprio Comissário de Polícia alega ter visto Batman cometer o crime. Muita gente alega ter visto muita coisa que não corresponde à verdade. Há algo de errado com a população de Gothan e cabe ao “Maior Detetive do Mundo” solucionar o que é.

Paralelamente somos apresentados ao jovem Thomas Wayne que no futuro viria a ser o pai de Bruce Wayne, o nosso Batman. Este personagem que sempre foi envolvido pelo mistério; que sabemos apenas ter sido um competente médico e filantropo, pouco ligado às Empresas Wayne, se descortina surpreendentemente. Sua relação com o pai, este sim o empresário por trás do sucesso da empresa da família, sua personalidade, seu senso de justiça e o seus sentimentos nos são mostrados ao mesmo tempo que a investigação de Batman o revela a mesma coisa. A alma da história está justamente na relação do passado com o presente, nas revelações sobre quem foi verdadeiramente o pai de Bruce Wayne e o que ele fez.     

Batman não é este menino malhado que aparece nas publicações recentes da DC comics (Novos 52). Parece mais com o Batman que tínhamos antes da reformulação da editora de quadrinhos, sisudo, frio, sozinho e já cansado para o trabalho que realiza. Os brinquedos tecnológicos devem ter vindo dos games atuais do Homem-Morcego, assim como a sua bat-roupa, aqui mostrada como um exoesqueleto do dia das bruxas que aumenta a força e a agilidade de quem o usa. Só que nem tudo são flores: a roupa precisa de carga elétrica para funcionar o o nosso herói por algumas vezes sofre com a falta de uma tomada. Imagine só: velho para usar malha e cueca por cima da calça, mas forte o suficiente para movimentar uma roupa especial que “endurece” por falta de energia. O Batmóvel do livro também é bem criativo. Trata-se de um carro que percorre os trilhos do metrô de Gothan e não é visto toda noite nas ruas. Não possui luzes nem vidros, parecendo um grande rato negro a jato. Isso assustaria os vilões, não acha?

Wayne de Gothan retrata o passado e o presente da família Wayne e sua contribuição para a atual situação de Gothan. Um livro rápido, intrigante, forçoso em alguns momentos, mas de grande valia para qualquer fã do Cavaleiro das Trevas. Mesmo para quem não é chegado em super-herói, pode perder um tempinho com uma leitura de entretenimento. Fica a resenha e a dica.

Abraço. 

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