27 de maio de 2010

Crônicas de Ester: Victória e Vida

Levante-se!

Esse mandamento, quase que religioso, soou na mente da menina Victória. Quem lhe falava? Quem sabia dos seus desejos mais intensos. A menina era doida por viver.
— Vim por que implorou! — ela ouviu essas palavras num sussurro.
— Mas você não pode atrapalhar meu trabalho! — essas outras saíram com mais intensidade.
— E continua chata como sempre! — Agora Victória via que quem argumentava, era uma índia vestida em trajes estranhos. Continuou ela:
— Ela me chamou, Lady! Eu nem queria voltar aqui, se isso te consola! Estou muito bem, onde vivo! Essa jovem, implorou por viver.
— Você é uma vergonha para os Fenômenos, Vida! Irresponsável, impulsiva e inconsequente!
— Não me importo com o que os Fenômenos pensam sobre mim! Eu sei o que represento e o que penso a respeito disso! Mande toda a corja de Fenômenos pra-
— Olhe o linguajar, Jacira!
— Ótimo, você sabe o meu nome, não é mesmo? — Tô pouco me importando com o que você acha de mim, Lady! Estou aqui porque alguém quer viver! E viverá!
— Isso é o que veremos, Jacira!
As duas desapareceram e Victória ficou ali sem entender se estava viva ou morta. Aproximaram-se dela Frys e Áurea. A mulher fantasma falou:
— Puxa nem tive tempo de falar com Lady!
Victória podia ver Áurea:
— Quem é você? Por que está transparente?
— Eu morri, sou um fantasma e você?
— Não sei se morri. Chamo-me Victória.
— Eu me chamo Áurea e este aqui é Frys, mágico.
Victória assentiu, demonstrando seu entendimento:
— Preciso saber se estou viva, como faço?
Frys sugeriu:
— Muito simples: tente se matar, se morrer é porque estava viva, se não é porque está morta!
— É uma boa sugestão!
— Mas é claro que é! — o mágico abriu os braços.
Então, para a surpresa de todos, antes que pudessem pensar num modo de colocar em prática o plano de Frys, Victória caiu sem consciência.
— Mas o que houve? — quis saber Áurea.
Frys abaixou-se e checou o pulso de Victória:
— Morta! Ela está morta!
— Mas que esquisito!
Vinham se aproximando as pessoas que outrora tinham fugido do ataque dos soldados de farda dourada. Um padre e uma mulher em pranto vinham a frente:
— Oh, minha pequena Victória! — chorava a mulher desesperadamente.






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bem-vindo. Seu comentário é muito importante!