20 de janeiro de 2015

O Diário do Fezesman: A vida é uma merda qualquer

 

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Um fala daqui, o outro de lá. Uns argumentam, outros esculacham, mas o fato é: ninguém se lembra de que a vida é o bem mais precioso que existe. Não é curioso como pipocam juízes quando se fala na execução do traficante brasileiro na Indonésia? Ah, Fezesman, bandido tem que morrer mesmo! Ah, aprenda como se faz lá fora, Brasil! Ah, tem tanta gente honesta morrendo e ninguém fala nada!

Antes que me julguem a favor da bandidagem, deixo claro que não apoio o que o fuzilado fazia, tão pouco qualquer outra ação criminosa. O que quero deixar registrado é a indiferença humana em relação à vida, seja ela de quem for. Não é possível, não é crível, não é acreditável pensar que se pode subtrair a vida de outem. Vocês estão regredindo, amigos. Pensem comigo (posto que ainda conseguem):

As duas pilastras da existência de vocês são manter-se vivo e procriar-se. Pegue a primeira. Ok, está bem vivo certo? Note que a segunda (procriar-se) é uma consequência da primeira. Preciso explicar que sem uma a outra não existe? Agora vamos à parte mais difícil. Imagine que o “manter-se vivo” seja algo que todas as pessoas desejem por ser evidente e natural.  Neste raciocínio, a vida deve ser protegida e zelada acima de qualquer coisa, uma vez que é o seu desejo viver; é o meu; é o de todo mundo. Tudo bem até aqui? Ótimo. Agora jogue tudo isso fora e vá vomitar nas redes sociais os seus argumentos mesquinhos de que o cabra tinha de morrer mesmo. Aqui lembro de um velho ditado: pimenta no rabo dos outros é refresco.

Se vocês não preservarem a vida alheia, o que garante que vão preservar a de vocês? Reclamar dos bandidos é fácil, mas ter opinião de gente não é? Será que você é muito diferente de quem julga com tanta facilidade? Depois fica reclamando dos que te julgam…

Não é assim, definitivamente. Que bom que sou um cocô.

Saudações fecais.      

2 comentários:

  1. Eu não tinha pensado dessa forma, eu como a maioria dos brasileiros, ficamos indignados quando o assunto é "salvar a vida de um bandido", com tantos problemas para se resolver no Brasil, a presidente quer trazer mais um? Mas acabo me esquecendo de que é uma vida! a gente só consegue enxergar isso quando a raiva passa... Eu mesmo fiquei indignado, achei mesmo que merecia morrer, quantas vidas ele não tirou diretamente ou indiretamente com o tráfico? O que será que as famílias que ele destruiu pensa sobre isso? Enfim, julgar é fácil, talvez ele não merecesse o fim que teve, mas sabia dos riscos que corria quando foi traficar naquele país.

    Abraços!

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    1. É verdade. A indignação que sentimos é compreensível e até respeitável, mas, acho que não nos cabe decidir quem deve morrer ou viver. A vida deveria ser um bem acima de qualquer outro pelos motivos que foram expostos aqui (pelo menos é o que acho). Se aceitarmos que em alguns casos é possível subtrair a existência do outro, como ter tranquilidade para exercer a nossa liberdade? Vai saber qual critério usariam ao nosso desfavor... Abraço, amigo!

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